segunda-feira, dezembro 05, 2005


Claude Monet (1840-1926) foi o grande impulsionador da pintura impressionista que se desenvolveu no último quartel do séc. XIX.
Nascido em Paris, passou uma parte da infância no Havre onde, mais tarde, se viria a encontrar com Boudin e Jongkind que o estimularam a trabalhar ao ar livre. Foi também influenciado pelo espírito da Escola de Barbizon, chegando a pintar em Fontainebleau. A sua educação artística passou ainda pelo atelier de Gleyre e pela livre Academie Suisse, onde os jovens artistas eram orientados sem estarem submetidos a qualquer regra.
Para escapar à Guerra Franco-Prussiana, que deflagrou em Julho de 1870, partiu para Londres, onde se encontrou com Sisley, Pissarro e Daubigny. A qualidade peculiar da luz londrina, brumosa e difusa, onde os contornos se diluem, viria a exercer nele um grande fascínio, pois correspondia, em pleno, às suas pesquisas. Deste modo, a estadia na capital inglesa viria a revelar-se decisiva para a evolução da sua arte e do próprio Impressionismo.
Regressado à pátria, fixou residência em Argenteuil, nas margens do Sena, perto de Paris, onde pintou na companhia de Pissarro, Renoir e outros artistas que fazim parte de uma tertúlia que habitualmente se reunia no Café Guerbois, da Av. Clichy, em Paris.
O assunto preferido das suas conversas era o repúdio da mitologia e das evocações do passado, a que opunham a necessidade de captar a atmosfera da vida moderna, mas a uni-los havia principalmente o desejo comum de combaterem a "arte académica", atacando, ao mesmo tempo, o retrógrado júri do Salão de Belas Artes que não aceitava as "novidades".
Em Abril de 1874, Monet e cerca de uma trintena destes artistas realizaram, no estúdio do fotógrafo Nadar, aquela que foi considerada a primeira exposição impressionista. Este evento rapidamente se tornou motivo de escárnio e chacota por parte dos críticos e amadores de arte. A própria designação (“impressionistas”), dada aos pintores ali representados, não era senão uma
piada do crítico de arte Louis Leroy, aproveitando o título de uma das obras expostas por Monet: "Impressão: Sol-nascente". Tratava-se de um quadro a óleo que representava o porto do Havre envolto na neblina matinal, donde emergia um sol alaranjado.




Monet desvalorizou as críticas e continuou a trabalhar com entusiasmo. Deu início, entretanto, às famosas "séries temáticas” como “A Catedral de Ruão”, e a "Gare de Saint - Lazare".




Na primeira, pintou a fachada da catedral, captando as variações de tom e luz em vários momentos do dia e, a segunda, é composta por sete interpretações daquela estação de caminho de ferro. Na altura, a indústria e os transportes tinham criado uma nova paisagem, mas o
combóio era considerado um tema vulgar e indigno de ser pintado. No entanto, o fumo da máquina a vapor, elemento fugaz por excelência, atraiu fortemente os impressionistas. A atmosfera enevoada pelos fumos, característica da primeira era industrial, tranformou-se em tema artístico e em símbolo de modernidade. Em 1883, o grande mestre do Impressionismo instalou-se em Giverny. A sua produção artística passou então por obras que tornaram famoso o jardim da casa onde vivia, em pinturas como a “Ponte Japonesa” e a famosa série
de “Nenúfares”.
Na fase final da vida começou a ter problemas de visão que se foram agravando e o limitaram, apesar de continuar a trabalhar com o entusiasmo que sempre o caracterizou.
Faleceu em 5 de Dezembro de 1926.