segunda-feira, novembro 21, 2005

Columbano Bordalo Pinheiro nasceu em Lisboa em 21 de Novembro de 1857. A sua convivência com telas, pincéis e tintas, verificou-se desde muito novo porque o pai era pintor e escultor e também outros familiares se dedicavam às artes. Quando se matriculou na Academia Real de Belas-Artes, apenas com 14 anos, já trazia consigo uma bagagem de conhecimentos apreciável, tendo feito o curso em quatro anos, em vez dos sete do curriculo.
Em 1881 partiu para Paris, beneficiando de uma bolsa de estudo, custeada secretamente por D. Fernando de Saxe-Coburgo, marido de D. Maria II. Na capital francesa travou conhecimento com Manet, Degas e outros artistas. No ano seguinte apresentou no Salão da Academia o quadro "Soirée chez Lui" que foi bem recebido pela crítica, e que se encontra actualmente exposto no Museu de Arte Contemporânea de Lisboa com o título "Concerto de Amadores".
Regressado a Lisboa, fez parte do Grupo do Leão, uma tertúlia de intelectuais e artistas que se reuniam na Cervejaria do Leão de Ouro. Columbano fez um quadro do grupo, uma das suas telas mais conhecidas, onde aparece rodeado dos companheiros Silva Porto, António Ramalho, José Malhoa, João Vaz, Girão, Henrique Pinto, Rodrigues Vieira, Ribeiro Cristino, Cipriano Martins, seu irmão Rafael Bordalo e o empregado de mesa Manuel Fidalgo.





Ao longo da carreira artística privilegiou o retrato e a pintura decorativa. São dele as pinturas da sala de recepção do Palácio de Belém, os painéis dos "Passos Perdidos" da Assembleia da República e do tecto do Teatro Nacional. Os retratados, intelectuais sobretudo, incluem Oliveira Martins, Ramalho Ortigão, Eça de Queirós, Teófilo Braga e Antero de Quental.
Em 1901 tornou-se professor de pintura da Escola de Belas-Artes de Lisboa, mas, algum tempo depois, abandonava o ensino, incompatibilizado com os alunos, que não se adaptavam à sua maneira de ensinar.
Columbano tinha um temperamento e uma personalidade difíceis nas relações sociais. A sua genialidade como artista não rimava com simpatia humana e, ao longo da vida, foi-se isolando e fechando no seu próprio mundo. Em 1911, foi nomeado pelo novo regime republicano para primeiro director do recém criado Museu de Arte Contemporânea onde se manteve até à reforma. Faleceu em Lisboa em 1929.


Alfredo Saldanha