sexta-feira, dezembro 16, 2005






O dia 16 de Dezembro de 1770 viu nascer um dos maiores génios da música clássica: Ludwig van Beethoven (1770-1827). Natural de Bona (Alemanha), foi um compositor do período de transição entre a era clássica e o período romântico e teve uma enorme influência na história da música.
O pai, que era tenor na corte, apercebeu-se muito cedo de que o pequeno Ludwig possuía um talento invulgar para a música e tratou de encaminhá-lo para essa arte. Dele recebeu Beethoven as primeiras noções de música e era tal o seu génio que, apenas com 11 anos de idade, já era autor de diversas composições.
Mais tarde, em Viena, onde se fixou a partir de 1789, teve Haydn como professor. A aprendizagem com o velho mestre não foi tão frutífera quanto se esperava. Haydn era afetuoso, mas um tanto descuidado, e Beethoven logo tratou de arranjar aulas com outros professores, para complementar o seu estudo.
Na década de 90 tinha já uma sólida reputação como pianista e compunha as suas primeiras obras-primas: Três Sonatas para piano, Concerto para Piano nº 1 e Sonata nº 8.
Em 1803 compõe a Sinfonia nº 3 (a Heróica), uma obra sem precedentes na história da música sinfónica, considerada como o início do período Romântico na Música Clássica. As sinfonias formam, aliás, a parte mais conhecida de sua obra, embora a veia de compositor se tivesse manifestado praticamente em todos os géneros musicais.
A partir de 1812, a surdez progressiva, aliada a problemas familiares, levaram-no a uma crise criativa que durou uma meia dúzia de anos. Depois voltou a compôr com um vigor renovado e criou obras geniais, entre as quais se conta a Sinfonia nº 9, para muitos a sua obra-prima. A “Nona”, como é simplesmente conhecida, foi a primeira sinfonia a utilizar a voz humana, que aparece no quarto andamento, com um coro e quatro solistas. Este andamento viria a ser escolhido como Hino da União Européia, pela síntese que faz dos ideais clássicos ligados ao Humanismo, à Fraternidade, Liberdade e Igualdade.
Beethoven faleceu em 26 de Março de 1827 quando estava a trabalhar numa décima Sinfonia. Conta-se que cerca de 10 mil pessoas compareceram ao seu funeral.


Alfredo Saldanha