Jean Michel Basquiat nasceu em Brookyn, Nova Iorque, a 22 de Dezembro de 1960. Descendente de pai haitiano e mãe porto-riquenha, começou a exprimiar as suas ideias através de graffities que cobriam as paredes e muros de Nova Iorque. Nestas intervenções pintava símbolos de variadas culturas, onde também se incluíam ícones da cultura de consumo norte americana, em imagens que reflectem a preocupação com a opressão e o racismo. Foi Andy Warhol que tornou Basquiat uma celebridade, levando-o a expor nas mais prestigiadas galerias da América e Europa. Morreu em 1988 aos 28 anos vítima de uma overdose de heroína.
Em 1989, neste dia, morria o escritor, dramaturgo e poeta irlandês Samuel Beckett. Autor de uma vasta obra, foi galardoado com o Prémio Nobel da Literatura em 1969.
Samuel Beckett
Serena I
fora do monumental Museu Britânico
Tales e o Aretino
no seio do Regent’s Park a phlox
dá estalidos sob o trovão
beleza escarlate no nosso mundo peixe morto à deriva
todas as coisas repletas de deuses
comprimidos e sangrantes
um pássaro tecelão é tangerina a harpia já não quer saber
nem o condor na sua boá imunda
de olhos fixos olham sob a serra dos macacos e contemplam os elefantes
a Irlanda
devagar a luz avança na sua ravina nativa
suga-me para longe para a segurança
do bem ardente de Jorge a broca
ah do outro lado do caminho uma víbora
enceta o seu rato
branco como a neve
na sua deslumbrante corrente de forno de peristalse
lamae labor
ah pai pai que estás no céu
Dou por mim confundindo o Palácio de Cristal
com as Ilhas Afortunadas de Primrose Hill
ai de mim devo ser assim mesmo
por isso em Ken Wood quem me encontrará
a respiração retida no meio das moitas
só os namorados perseguidos
surpreendo-me impelido pelos muitos funil articulado
para prestar preito a Tower Bridge
a cortesia da víbora que vai e vem da City
até que na penumbra uma barcaça
cega de orgulho
atira para longe com as escarvas das básculas
depois no porão cinzento da ambulância
palpitando mesmo no escoar dos suspiros
depois aperto-me lá em baixo entre a canalha
até que um garoto da rua malditas as suas olheiras
pergunta se já acabei de ler o Mirror
em fúria tremenda e a passos coléricos passo debaixo dos Alojamentos para Casados
a Torre Sangrenta
e lá ao longe a toda a velocidade descortino a gigantesca cabana de Wren
e amaldiçoo o dia enjaulado ofegante na plataforma
debaixo de uma urna bojuda
não nasci um Defoe
mas em Ken Wood
quem me encontrará
minha irmã a mosca
mosca caseira vulgar
saindo do lado das trevas para a luz
agarra-se ao seu lugar ao sol
afia as suas seis pernas
rejubila no seu voo planado no seu voo pairante
é o Outono da sua vida
não poderia servir a febre tifóide e mammon.
Samuel Beckett
1 Comments:
de quem é esta tradução?
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