Charles Baudelaire foi o precursor do Simbolismo, um movimento com origem em França, que se desenvolveu nas artes plásticas, na literatura e no teatro no final do século XIX. O simbolismo caracteriza-se pela subjectividade, individualismo e misticismo, rejeita a realidade e a valorização do social, e atribui um significado simbólico às palavras que usa e aos personagens que cria.
A importância histórica da obra poética de Baudelaire é muito significativa, e traduz-se numa mudança radical na poesia ocidental. Herdeiro do romantismo negro de Edgar Allan Poe, é o último grande romântico francês, e ao mesmo tempo, é o iniciador de uma nova sensibilidade baseada na experiência da vida urbana e na observação das ambivalências do mundo emotivo e imaginativo, opondo-se aos excessos sentimentais e retóricos do romantismo.
A obra mais importante de Baudelaire, as “Flores do Mal”, foi publicada e apreendida em 1857. Um livro com 52 poemas, proibido em França até 1924, por ser considerado um ultraje à moral pública. Durante esse período vendeu clandestinamente milhares de exemplares.
“As Flores do Mal não contêm poemas nem lendas nem nada que tenha que ver com uma forma narrativa. Não há nelas nenhum discurso filosófico. A política está ausente por completo. As descrições, escassas, são sempre densas de significado. Mas no livro tudo é fascinação, música, sensualidade abstracta e poderosa” disse Paul Valéry.
A vida de Baudelaire ficou marcada pelos desentendimentos que teve com o padrasto, que o submeteu a um conselho judiciário, com vista a recuperá-lo da vida boémia que levava em Paris. Foi um dos primeiros homens de letras do século XIX a analisar os feitos das drogas. Chamou-lhes paraísos artificiais, satisfações momentâneas que os homens procuram para fugir à mediocridade existencial a que estão condenados.
Charles Baudelaire morreu a 31 de Agosto de 1867.

Retrato de Baudelaire tirado por Nadar.