terça-feira, dezembro 27, 2005


Em 27 de Dezembro de 1923 morreu Alexandre Gustave Eiffel (1832-1923), um dos mais revolucionários construtores da era moderna.
Na 2ª metade do séc. XIX, a arte de construir, caminhando de mãos dadas com a revolução industrial, adaptou-se aos novos desafios reinventando soluções e diversificando as tipologias através do recurso a novos materiais, como o ferro e o vidro, e a processos técnicos inovadores. Foi então possível conseguir uma economia de tempo e de mão-de-obra, edifícios de grandes vãos, mais leves e resistentes, e que se puderam adaptar a funções tão diversas como fábricas, pontes, estações de caminhos de ferro, mercados, pavilhões de exposições, etc.
Representante destas inovações, o jovem engenheiro Gustave Eiffel ficou famoso ao construir, no Champ de Mars, em Paris, a Galeria das Máquinas, uma estrutura toda em ferro, com um vão de 35 metros, para a Exposição Universal de 1867. E, alguns anos mais tarde, na Exposição de 1889, edificou aquela que se tornaria a apoteose da arquitectura do ferro: a Torre Eiffel.





Com 312 metros de altura, esta torre tornou-se o mais alto edifício até então construído no mundo. Para além de constituir uma impressionante demonstração das possibilidades da técnica, ela tornou-se também um símbolo da modernidade triunfante e uma verdadeira obra de arte. O mundo da indústria e da máquina, durante tanto tempo sinónimo de fealdade, acabava por criar uma estética própria e uma nova ordem de beleza.
Mas o seu autor, era já célebre por outros trabalhos como a estrutura metálica que suporta a Estátua da Liberdade, em Nova Iorque, as comportas do Canal do Panamá, o Viaduto de Gabarit e numerosas pontes.
Em Portugal, algumas das mais importantes obras da engenharia do ferro, nomeadamente pontes, foram realizadas pela casa Eiffel. Muitas já foram substituídas, como as da Gelfa, Barroselas e Barcelos (Linha do Minho), Vila Meã e Tâmega (Linha do Douro). Estão ainda de pé as de Valença, Viana do Castelo, Oeiras, Alviela, Asseca e a de D. Maria I, no Porto. Esta última foi a maior obra de Eiffel no nosso país. Aqui, e pela primeira vez, substituiu os apoios intermediários por um único arco com um vão de 150 metros. Eiffel deslocou-se ao nosso país para conhecer o local e acompanhar de perto o início da construção. Ao cabo de 22 meses, a ponte era solenemente inaugurada com a presença do seu construtor.






Alfredo Saldanha