sexta-feira, agosto 11, 2006


Jackson Pollock morreu num acidente de automóvel a 11 de Agosto de 1956.


A partir da Segunda Guerra Mundial, a arte americana assumiu um papel de referência fundamental no panorama artístico mundial. Para isso contribuiu o desenvolvimento do Expressionismo Abstracto, de que Jackson Pollock (1912-1956) foi uma das principais figuras.
Adoptou uma "pintura de acção", obtida através de rápidas e brutais aplicações de cor sobre a tela. Deste modo, a espontaneidade do gesto, directamente ligada aos instintos psíquicos do autor, substituía a tradicional atenção aos aspectos formais. A pintura passava então a funcionar como um meio espontâneo de libertação dos estados de espírito e emoções.
Pollock utilizou telas de grandes dimensões, estendidas no chão do atelier, sobe as quais deixava escorrer a tinta, de uma lata furada. Outras vezes lançava borrifos e pingos de vernizes de tons fortes e colocava a tela na vertical para permitir que, pela força da gravidade, as tintas criassem "não-formas" imprevisíveis...
Também misturava as tintas com gesso ou areia de modo a criar formas relevadas, grumos e crostas, ou usava materiais como o alcatrão, a que juntava cimento, pedaços de madeira queimada, etc.
Em todos estes processos, a pintura deixa de obedecer a qualquer preocupação de carácter estético para se tornar, simplesmente, fruto de um impulso ou de uma vitalidade desenfreada, graças aos quais a mão, o braço e todo o corpo do artista se libertavam da vontade e da mente.
Este "automatismo gestual", dominado por impulsos inconscientes é, afinal, uma herança surrealista. Por outro lado, a redução do quadro aos elementos mínimos da sua estrutura material e compositiva, comunga do ideal abstraccionista de uma pintura sem objecto.

Alfredo Saldanha