quarta-feira, agosto 09, 2006

Neste dia em 1483 era inaugurada a Capela Sistina.



A 9 de Agosto de 1516 faleceu Hieronymus Bosch (1450 - 1516), famoso pintor e gravador holandês. Muitos dos seus trabalhos reflectem o ambiente religioso dos finais da Idade Média e retratam cenas de pecado e tentação, recorrendo à utilização de figuras simbólicas complexas, originais e imaginativas, muitas das quais bastante obscuras, mesmo no seu tempo. Nasceu e viveu na pequena cidade de Hertogenbosh, onde se terá iniciado nas lides da pintura na oficina do pai, que também era pintor. Especula-se que terá pertencido a uma das muitas seitas que então se dedicavam às ciências ocultas, tendo adquirido inúmeros conhecimentos sobre os sonhos e a alquimia. As pinturas de Bosch demostram que foi um observador minucioso e também um refinado desenhador e colorista. Utilizou estes dotes para criar uma série de composições fantásticas e diabólicas onde são apresentados, em tom satírico e moralizante, os vícios, os pecados e os temores de ordem religiosa que afligiam os homens do seu tempo. Esta imaginação extravagante encontrou uma das expressões mais completas no "Jardim das Delícias", pintura quase impossível de traduzir por palavras, tanto mais que até os mais ínfimos pormenores parecem ter um valor simbólico.


Outra obra-prima é o tríptico que representa as "Tentações de Santo Antão" do Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa.


Actualmente apenas se conservam cerca de 40 originais do artista, dispersos na sua maioria por museus da Europa e Estados Unidos, porém a colecção do Museu do Prado de Madrid é considerada pelos críticos como a melhor e mais representativa. Isto deve-se ao facto de Filipe II de Espanha ter coleccionado avidamente as obras do pintor. Muitos autores vêem nas suas visões extraordinárias uma prefiguração da pintura surrealista do século XX.

Alfredo Saldanha



Mario Cesariny nasceu a 9 de Agosto de 1923.
É o maior representante do movimento surrealista em Portugal. Fez parte do Grupo Surrealista de Lisboa, que abandonou por não seguir a mesma linha ideológica. Escreveu o “Manifesto Abjeccionista” e formou “O Grupo Surrealista Dissidente”. Poeta, romancista, ensaísta e dramaturgo, Mário Cesariny dedicou-se também às artes plásticas, sobretudo à pintura.