quinta-feira, agosto 31, 2006


Em 31 de Agosto de 1963 morreu o pintor francês Georges Braque, um dos criadores do Cubismo. Braque iniciou-se como pintor-decorador, profissão que herdara do pai e do avô e, aos 18 anos, mudou-se para Paris, onde frequentou a Escola de Belas-Artes.
Adoptou, de início, a linguagem impressionista que viria a substituir pelas formas simples e cores puras do Fauvisme. Mais tarde, no Outono de 1907, conheceu Picasso com quem passou a trabalhar quase diariamente. A exposição retrospectiva de Cézanne, no Salão de Outono desse ano, viria a influenciar decisivamente o percurso dos dois artistas no sentido de uma concepção da pintura verdadeiramente revolucionária.
Os seus quadros, na maioria naturezas mortas e retratos femininos, abandonaram a perspectiva central e passaram a representar pessoas e objectos, simultaneamente de vários pontos de vista, reduzindo-os a formas decompostas.
Mas Braque foi também um dos primeiros criadores das "collages" ou "papiers collés", uma técnica inovadora que consistia na inserção de diferentes materiais no desenho e na pintura, tais como pedaços de jornal, números e palavras impressas, pautas de música, madeira, plástico, tecidos, etc.
Georges Braque e Picasso permaneceram juntos e continuaram a experimentar novas soluções, como o "Cubismo Sintético", até que, em 1914, Braque foi mobilizado. Gravemente ferido no ano seguinte, abandonou a frente da batalha, tendo sido agraciado com a Cruz de Guerra e Legião de Honra.
Terminado o conflito, desenvolveu um estilo muito pessoal, caracterizado pelas cores brilhantes e texturas de superfícies, e regressou aos temas e formas clássicos. Nos últimos anos de vida, os pássaros - simbolizando a liberdade - foram a sua temática predilecta.

Alfredo Saldanha