segunda-feira, setembro 25, 2006



Em 25 de Setembro de 1599, nasceu em Lugano (Suiça) Francesco Borromini (1599-1667), um dos maiores arquitectos do barroco italiano.
Tendo estudado em Milão, mudou-se para Roma em 1614 para trabalhar na Basílica de São Pedro, sob a direcção de seu tio Carlo Maderna. Quando este faleceu, em 1629, trabalhou com Gianlorenzo Bernini na construção do famoso Baldaquino de São Pedro. Ficaria para a história a forte rivalidade entre estes dois artistas que foram responsáveis por algumas das mais importantes realizações da arte barroca em Roma.
Entretanto, o mecenato do Papa Inocêncio X permitiu-lhe ter uma actividade autónoma, iniciada com a construção da Igreja de S. Carlos das Quatro Fontes, um projecto inovador que obedece a uma extravagante planta elíptica, achatada em quatro locais pontuados por fontes.



A busca contínua de formas originais levaram-no à criação de outras fachadas cheias de movimento como a do Oratório do Convento dos Padres Filippini, onde, para além da linha ondulante, é perfeitamente detectável a alteração sistemática do formulário clássico: frontões transformados, cornijas interrompidas, novos tipos de óculos e janelas, etc.
Ainda durante o pontificado de Inocêncio X, recebeu o encargo de transformar a Igreja de S. João de Latrão. O artista conciliou a exigência de conservação da antiga basílica, com os problemas estruturais cobrindo as antigas colunas de granito com amplas pilastras.
Uma das suas obras mais conhecidas é, com certeza, a elegande fachada e os campanários gémeos da Igreja de Santa Inês, na Praça Navona, que parece rivalizar com a Fonte dos Quatros Rios, de Bernini que lhe fica mesmo defronte.

Os historiadores descrevem Borromini como uma pessoa solitária, impulsiva, melancólica e muito irascível. O seu carácter depressivo e a crescente frustação derivada dos sucessos do seu arqui-rival e de uma série de problemas, entre os quais as divergências com Inocêncio X, conduziram-no ao suicídio.

Alfredo Saldanha