quarta-feira, setembro 13, 2006



Em 13 de Setembro de 1431 morreu Andrea Mantegna (1431-1506), um dos maiores pintores italianos do Renascimento.
Nasceu em Carturo, perto de Vicenza e iniciou a formação artística aos onze anos na oficina de Francesco Squarcione, um pintor de Pádua. A sua carreira viria a ser depois influenciada por Giovanni Bellini, Paolo Ucello, Filippo Lippi, Donatello e outros artistas da escola de Florença.
Trabalhou em Verona, Mântua e Roma. Em Verona pintou uma Madona com anjos e santos para o altar da igreja de São Zeno Maior. Em Mântua, a convite do Marquês Ludovico Gonzaga, realizou uma das suas obras mais conhecidas: a decoração da Câmara dos Esposos, com uma série de afrescos que incluem retratos de membros da família Gonzaga. No tecto pintou um grande óculo, qual abertura para um céu azul, em cujos bordos se juntam diversas pessoas e
animais que parecem olhar para o interior.


O extraordinário ilusionismo espacial conseguido é, no fundo, uma exibição da perspectiva, de modo a provocar a ilusão óptica.
Em 1488, foi chamado a Roma pelo Papa Inocêncio VIII para pintar os afrescos da capela do Belvedere, no Vaticano. O pintor aproveitou a estadia em Roma para estudar os monumentos antigos e regressou a Mântua dois anos depois. A despeito de vários problemas de saúde, ainda pintou Madona da Caverna, São Sebastião e o famoso Lamentação sobre Cristo Morto, provavelmente realizado para a sua própria capela funerária. Também a Madona da Vitória, hoje no Louvre, pertence a esta fase.
Em 1497 recebeu de Isabella d'Este a tarefa de ilustrar as paredes de seus aposentos privados no palácio Ducal, com cenas mitológicas.

Para além da obra magnífica que realizou como pintor, Mantegna foi também excelente gravador, embora esta faceta do seu génio artístico seja um pouco obscura por não ter assinado os trabalhos. Existem cerca de trinta gravuras executadas em folhas de cobre que lhe são atribuídas, cujas principais figuras são Triunfos Romanos, Bacanais, Deuses Marinhos, Judite com a cabeça de Holofenes e Deposição da Cruz.
Após a morte de sua esposa, Mantegna ainda foi pai, em idade avançada, de um filho natural, Giovanni Andrea. Quando morreu, em 13 Setembro de 1506, os filhos erigiram-lhe um monumento sobre a sepultura, na igreja de Santo André de Mântua.

Alfredo Saldanha