domingo, maio 21, 2006


A 21 de Maio de 1471 nascia em Nuremberga (Alemanha) Albrecht Dürer (1471-1528), o maior artista alemão do Renascimento. Espírito enciclopédico, foi pintor, ourives, gravador, desenhador, ilustrador e tratadista.
Dürer era um homem de rara inteligência e cultura, tendo mantido um relacionamento com humanistas e eruditos como Erasmo de Roterdão e teve clientes famosos, entre os quais se incluía o Imperador Maximiliano I. Foi, além disso, um fervoroso adepto da Reforma Luterana.
As primeiras obras pictóricas que realizou, como a "Adoração dos Reis", revelam reminiscências da sua formação gótica e o amor pelo desenho, enquanto o tema de "Adão e Eva", cultivado em várias ocasiões, reflecte o interesse clássico pelo nu e pelas proporções ideais do corpo humano.
Famoso pelas delicadas aquarelas da vida animal e vegetal, revelou-se também um extraordinário retratista em obras de grande domínio técnico, desenho preciso e marcada expressividade.
Extraordinário desenhador e gravador, a ele se devem três grandes séries de gravuras xilográficas ("A Grande Paixão", "O Apocalipse" e "A Vida da Virgem") que difundiram a sua fama por toda a Europa.
O insaciável apetite pela experimentação, desenvolvido em várias formas de expressão, levou-o a descobrir o novo processo da água-forte em metal e a fazer explorações complexas nos domínios da teoria da arte, publicando as suas descobertas em tratados relacionados com as medidas e proporções humanas ("Tratado das Proporções"), a matemática, a geografia, a arquitectura e a geometria. Grande teórico da cidade do Renascimento, publicou ainda o "Tratado sobre fortificação de cidades, vilas e castelos", onde apresenta um esquema de uma cidade ideal quadrada, opondo-se ao ponto de vista da maior parte dos tratadistas e urbanistas clássicos.
Morreu em Nuremberga a 6 de Abril de 1528.
A herança da sua obra acabaria por ser responsável pelo florescimento da arte alemã, primeiro no Renascimento e, mais tarde, no Romantismo.

Alfredo Saldanha