quarta-feira, maio 17, 2006



Em 17 de Maio de 1510 faleceu Sandro Botticelli, um dos mais virtuosos representantes da pintura renascentista italiana.
Alessandro di Mariano Filipepi, que viria a adoptar o apelido Botticelli, iniciou da sua carreira artística aos 20 anos, no atelier de Filippo Lippi, cujo estilo elegante marcou claramente as suas obras. Trabalhou depois como ajudante de Andrea Verrocchio e, aos 25 anos, já possuía o próprio atelier.



Por volta de 1477 pintou uma das suas obras mais conhecidas, "A Primavera", onde, num fundo de paisagem, representou Vénus em companhia das Três Graças, Mercúrio, Flora, e outras personagens mitológicas.
Em 1481 Botticelli foi chamado a Roma pelo papa Sisto IV para trabalhar, junto com Ghirlandaio e outros artistas, na decoração da Capela Sistina, onde realizou "A Tentação de Cristo" e dois episódios da vida de Moisés, obras que o tornaram famoso.
De regresso a Florença, trabalhou principalmente para a família Medici, tendo integrado os círculos intelectual e artístico da corte de Lourenço, o Magnífico, onde recebeu a influência do neoplatonismo, caracterizado pela união entre o paganismo e o cristianismo. São dessa época algumas das suas obras mais conhecidas, como "Marte e Vénus" e "O Nascimento de Vénus".



Esta última, executada por volta de 1485, representa Vénus sobre uma concha, emergindo da espuma do mar, para simbolizar o nascimento da beleza através do nu feminino. O desenho delicado e o refinado emprego da cor, característicos de Botticelli, alcançaram ali uma expressão perfeita.
A partir de 1490 tornou-se discípulo do monge beneditino Girolamo Savonarola, que pregava a austeridade e a reforma da Igreja. Abandonou então a temática mitológica e substituiu-a por uma outra exclusivamente religiosa da qual fazem parte obras como "Pietà", "Natividade Mística" e "Crucificação Mística", impregnadas de um expressivo sentimento e devoção.

Alfredo Saldanha