quinta-feira, outubro 06, 2005

Le Corbusier nasceu a 6 de Outubro de 1887. Famoso arquitecto de nacionalidade suiça viria a tornar-se, a partir dos anos 20 do século XX, um dos maiores expoentes do modernismo arquitectónico. Defendeu uma estética puramente funcionalista, segundo a qual uma casa deve ser pensada como "uma máquina de habitar". Com este objectivo criou a estrutura de tipo "dominó" assente em pilares, com o terraço-jardim a substituir os telhados, sem divisões interiores, de modo a possibilitar ao proprietário uma organização do espaço personalizada.




O edifício mais fiel a estes princípios é a Casa Sabóia, uma vivenda construída nos arredores de Paris. Preocupou-se igualmente com a resolução dos problemas urbanísticos, ou seja, a inserção dos edifícios no tecido urbano. Nesse sentido, participou activamente nos Congressos Internacionais dos Arquitectos Modernos e foi signatário e redactor da "Carta de Atenas". Este documento tornou-se uma referência fundamental na reflexão urbanística moderna. Os seus princípios programáticos são a construção em altura, a abertura de grandes vias para a circulação automóvel, o isolamento das áreas históricas e a divisão do tecido urbano em quatro zonas diferenciadas: circulação, habitação, trabalho e lazer.
As qualidades inventivas de Le Corbusier estão ainda ligadas à estética brutalista que consiste na utilização do betão bruto, tal como sai das cofragens, e dos materiais de texturas toscas, como o ladrilho, a alvenaria ou o granito sem polimento. Entre os exemplares mais significativos do brutalismo contam-se a Igreja de Ronchamp, nas proximidades de Basileia e o Ministério da Educação e da Saúde, no Rio de Janeiro, projectado em colaboração com Óscar Niemeyer. Ao contrastar com a arquitectura americana, toda de vidro e aço, a estética brutalista foi não só uma linguagem original europeia, mas também um reflexo defensivo contra o colonialismo cultural da américa do norte. A herança "estilística" da mensagem de Le Corbusier permaneceu até aos nossos dias. Quem analisar hoje a importância das influências por ele exercidas sobre a arquitectura, é obrigado a reconhecer que nenhum outro mestre do movimento moderno encontrou tantos seguidores: a sua lição foi ouvida e quase idolatrada por gerações de arquitectos de todo o mundo.


Alfredo Saldanha