segunda-feira, outubro 30, 2006




Em 30 Outubro de 1839 nasceu Alfred Sisley (1839-1899), um dos mais representativos pintores impressionistas.
Iniciou os seus estudos artísticos na escola de Gleyre, em Paris, onde se relacionou com Renoir, Bazille, Monet e outros jovens artistas.
Pertenceu à famosa "Escola de Barbizon", pequena localidade do bosque de Fontainebleau, nas proximidades da capital francesa onde, juntamente com Rousseau, Daumier, Corot e outros pintores naturalistas, observava directamente a natureza e tomava apontamentos com a intenção de criar uma pintura mais real e verdadeira.
A tentativa de representação pictórica da cor e da luz e a atenção dada às mutações luminosas aproximaram-no do movimento impressionista de que foi um destacado representante. Para isso terá sido decisivo o seu exílio em Londres, juntamente com Monet e Pissarro, durante a Guerra Franco-Prussiana de 1870. A qualidade peculiar da luz londrina, brumosa e difusa viria a exercer uma influência nas pesquisas destes artistas.
De regresso a França, interessou-se pelas paisagens parisienses, revelando uma capacidade surpreendente de observação e de captação dos matizes mais subtis da luz em vários momentos do dia e diferentes estações do ano. Privilegiou especialmente a representação dos céus, da água e seus reflexos nos momentos que se seguem a uma tempestade. É igualmente singular o modo como conseguiu homogeneizar água, terra e céu, inundando as paisagens de uma paz transcendental.
Mas não conseguia comprador para estas obras e aquelas que sucessivamente enviava ao Salão de Paris eram sistematicamente recusadas.
Depois da falência dos negócios da família, conheceu momentos difíceis, tendo passado a fase final da vida na miséria, terminando os seus dias na localidade de Moret-sur-Loing. Paradoxalmente, alguns anos após a sua morte, os seus quadros, anteriormente rejeitados, alcançavam um extraordinário êxito de vendas. Como os de tantos outros companheiros.


Alfredo Saldanha