terça-feira, março 21, 2006


Félix Nadar morreu em 21 de Março de 1910.
Ex-caricaturista e escritor, começou por colocar reservas à fotografia, o novo invento nascido nos inícios do séc. XIX , mas acabou por modificar a sua posição. Acabaria mesmo por se tornar um dos mais famosos fotógrafos do seu tempo, tendo sido o pioneiro em diversos campos: o primeiro a usar o flash, a tirar fotos subterrâneas e a bordo de um balão. O seu génio artístico evidenciou-se sobretudo no retrato, devido à técnica utilizada com os clientes: primeiro mantinha com eles uma longa conversa, para que recuperassem a expressão natural, e só depois os fotografava, conseguindo, deste modo, excelentes reproduções do seu carácter e personalidade. A superioridade estética destes retratos cheios de vida, reside principalmente na expressão dos rostos. Foi o primeiro a descobrir o rosto humano através da objectiva e, em grande parte, deve-se também a ele a afirmação da fotografia como obra de arte.
Mas, para além do valor artístico, os seus retratos constituem apreciáveis documentos históricos, pois representam algumas das figuras mais destacadas da sociedade da época. Ao atelier de nadar começaram a afluir todos os nomes sonantes das artes, da literatura e da política como o poeta Baudelaire os pintores Delacroix e Manet ou a actriz Sarah Bernhardt. Mas o seu estúdio, no Boulevard des Capucines, começou a ser igualmente visitado pela gente anónima que pretendia ser retratada. A possibilidade de tirar retratos fiéis com rapidez e a um preço acessível veio a constituir o segredo da rápida popularização da fotografia que se estendeu depois a outros domínios, como o registo de paisagens, ambientes naturais e às temáticas do quotidiano.
Alfredo Saldanha