quarta-feira, outubro 26, 2005


Anton Tchekov

A 26 de Outubro de 1899 estreou-se em Moscovo, no Teatro de Arte, “O Tio Vânia” de Anton Tchekov, numa encenação de Stanislavski e Dantchenko.
Tchekov escreveu mais de 500 contos e distinguiu-se na dramaturgia pela habilidade na criação um teatro dos “estados de alma”. Com “A Gaivota”, escrita em 1896, inaugurou uma série de dramas sobre a vida quotidiana, tal como ela é, pondo a nu as almas retalhadas dos personagens que vivem uma rotina destrutiva e entediante, na Rússia do século XIX. O Tio Vânia insere-se nesta série de cenas da vida do campo, onde os personagens deambulam numa casa de família, e vivem relações de conflito, encontrando-se e desencontrando-se. Nesta peça Tckekov parte da relação entre Sónia e o seu Tio Vânia para explorar a relação entre os outros personagens.

Além das relações intimas e de conflito entre os personagens, no Tio Vânia, Tckekov explora através de Astrov, o médico, a questão da degradação florestal e a necessidade de impedir que ela continue. Encontramos aqui um elemento fundamental na contemporaneidade do texto.

Virgínia Woolf considerava Anton Tchekov como um subtil analítico das relações humanas. As suas "histórias sobre quase-nada", estendem o nosso horizonte, e permitem-nos alcançar um espantoso sentido de liberdade.